Entre modernismo e tradição: notas sobre a recepção da obra de Marie Laurencin no Brasil e na França
Artigo escrito com Leticia Asfora Fallabela Leme e publicado na Revista de História da arte e da cultura, Unicamp, disponível [aqui].
Resumo
Artista moderna e ao mesmo tempo ligada à tradição, Marie Laurencin foi celebrada na primeira metade do século XX por mobilizar imagens idealizadas do feminino. Buscamos discutir, neste artigo, os significados relacionados à sua obra quando inserida em dois contextos: o brasileiro das décadas de 1940-1950 e o francês do pós-guerra. O que se nota em ambos os casos é que o sucesso da artista se dá de maneira ambivalente, entre as vanguardas históricas e o caráter essencialista atribuído às mulheres brancas que retratou. No percurso, discutimos aspectos de sua obra que foram ofuscados pela prerrogativa de uma arte “feminina”, sobretudo os ideais de raça e gênero, articulados em torno de disputas políticas e acentuado nacionalismo.